sábado, 18 de abril de 2009

Acabou a faculdade, e agora o que fazer?

Por Marco Antônio Júnior


Diploma de curso superior na mão, sinônimo de emprego, certo? Errado. Na maioria dos casos é apenas o inicio de uma série de dificuldades. A proximidade de término da faculdade traz a um grande número de estudantes o pesadelo de terminar a graduação e não saber o que fazer. O mercado de trabalho costuma não ser muito acolhedor aos recém formados. Após a estafante trajetória da graduação, o caminho a ser seguido depois de estar com o canudo na mão é uma incógnita. O primeiro passo em busca de um emprego dentro da área estudada geralmente requer ajuda, e ela pode vir através de amigos, antigos colegas de estágio, professores ou até mesmo da sorte.
Marcelo Silveira, formado há um ano em educação física pela Unilasale, ainda não conseguiu entrar no mercado de trabalho dentro da sua área de formação. Para garantir seu dinheiro no final do mês, Silveira trabalha há dois anos como representante comercial de uma multinacional de materiais esportivo. “Citação Marcelinho”, diz o formado em educação física.
Thais Pedroso, formada há três anos em Direito pela Feevale, nunca conseguiu trabalhar na área. Segundo ela, a busca por um emprego é estimulante, porém, o passar do tempo sem obter sucesso na procura leva o profissional a um cruel pensamento que o esforço em busca da formação foi em vão. “Sabe, três anos é muito tempo, às vezes penso que nunca vou advogar, mas não vou desistir, custe o que custar”, conta a advogada desempregada. Enquanto segue atrás de uma vaga, para exercer sua atividade, ela garante seu sustento ajudando a mãe em uma empresa de decoração e animação para festas.
Manoella Moraes, formada há dois anos em Enfermagem pela FMR de São Paulo, procurou enquanto estudava fazer cursos e estágios voluntários para aprimorar seus conhecimentos e enriquecer seu currículo na certeza que isso pesaria na hora de concorrer com outros candidatos a uma vaga de emprego. Hoje trabalha em uma área alternativa, que nada tem a ver com sua formação profissional, ela é vendedora de aparelhos celular, em uma operadora em Porto Alegre. “Nunca achei que após tanto esforço a recompensa seria esta, mas sigo com fé nas minhas capacidades largando currículos e acreditando que minha hora vai chegar”, afirma Moraes.
A administradora de empresas Patrícia de Oliveira, formada há um ano pela Esade, teve mais sorte. No último semestre da faculdade conseguiu um estágio em uma concessionária automotiva, e consequentemente após sua formatura foi efetivada na empresa. Ela tem consciência que faz parte de uma minoria privilegiada, que sai da faculdade empregada. “Por sorte encontrei um chefe que desde os tempos de estagiária delegou a mim funções de administração, e confiou no meu trabalho. Mas sempre me dediquei ao máximo e procurei desempenhar as tarefas com perfeição, creio que foi por isso que ele me efetivou”, relata a administradora.
Em tempos de crise nem mesmo o diploma superior é certeza de se trabalhar na área estudada. Certo mesmo é que o caminho até a conquista do diploma é longo, e a busca do tão sonhado emprego na área é o primeiro passo de uma caminhada de consolidação profissional, caminhada esta que para muitos é tortuosa e pode levar a desistência ou o desestimulo de encontrar um lugar para se mostrar os conhecimentos acadêmicos adquiridos.

Um comentário:

Unknown disse...

Boa tarde, gostei muito dos dados que você trás pra gente no texto, e compartilho o pós faculdade da maioria, acredito que seja necessário a confiança neste momento, a grande questão é que enquanto estamos na faculdade somos estimulados o tempo todo, conhecer, pesquisar, apresentar, e é um estimulo vivenciado por todos, ali da galera, mas dai a faculdade termina, a rotina que por muitos anos foi uma passa ser outra e nós muitas vezes ficamos perdidos, tontos com tudo isso, o fato de não ganhar dinheiro na sua área não significa manter-se fora dela, do contrário há sempre algo a ser feito, cursos, projetos, o importante é manter-se confiante e atuante, com certeza é muito dificil conviver com as expectativas do pós curso, tanto as suas quanto a dos outros - e aí meu? O importante é usarmos tudo a nosso favor, até o que julgamos não ser de nossas alçadas.

Forte Abraço

Elen Galdino