sábado, 25 de abril de 2009

Não vale tudo

Por Marco Antônio Júnior



Você já ouviu falar em Vale Tudo? Sim, com certeza já deve ter ouvido falar que é um dos esportes mais violentos do mundo, onde homens brigam em cima de um ringue. Bem, exageros a parte, vamos a algumas correções: hoje o esporte não se chama mais Vale Tudo agora é denominado de MMA (Mixed Martial Arts), ou seja, traduzindo a grosso modo a mistura de artes marciais. A referida “briga” é realizada por profissionais altamente preparados para tal, e diferentemente do que se pensa não vale tudo os combates são regidos por rígidas regras. O MMA é definido como uma modalidade de luta onde o participante não precisa seguir um estilo específico de arte marcial.
O esporte cresce assustadoramente no mundo, e tem nos brasileiros seus melhores lutadores e treinadores. A história moderna do MMA mundial está diretamente ligada à família Gracie. Após aprender a lutar judô com um vizinho japonês, Carlos Gracie ensinou aos seus irmãos a luta, aos poucos foi adaptando regras e golpes do mesmo, criando o Jiu-jitsu brasileiro. Mais tarde, Carlos abriu uma academia no Rio de Janeiro, e para divulgar a luta criou o Gracie Challenge, onde os integrantes da família desafiavam lutadores de qualquer arte marcial para combates. Com isso, os Gracies obtiveram grande sucesso na empreitada e acabaram levando sua arte para os Estados Unidos onde montaram uma filial de sua academia e passaram a ensinar Jiu-jitsu brasileiro. Hoje os principais lutadores mundiais são treinados por brasileiros.
A partir daí o MMA se disseminou no mundo e em 1993, foi realizado o primeiro Ultimate Fighting Championship, o maior evento de Mixed Martial Arts da atualidade, em sua ultima edição segundo a revista tatame o UFC vendeu em média 1 milhão e meio de assinaturas de pay-per-view gerando uma receita de aproximadamente U$ 45 milhões de e mais de 25 mil ingressos vendidos por evento, com bilheteria superior a U$ 5 milhões. Estas impressionantes cifras permitem que os lutadores ganhem imponentes cachês por suas participações, e que muitos deles sejam milionários.
Para o professor de jiu-jitsu da academia Golden Fighting, Rafael Simas o MMA tende a crescer cada vez mais e tomar espaço de outros esportes na preferência do público -“o número de pessoas que nos procuram para treinar Mixed Martial Arts cresce de ano para ano, o esporte deixou de ser apenas praticado por profissionais, agora as pessoas o procuram para os que desejam manter a boa forma” explica Simas. Ele ainda destaca que mesmo só sendo exibido em canais de televisão pagos o esporte conta com um grande número de fãs, pois o bom desempenho dos lutadores brasileiros no exterior ajuda bastante na decisão de procurar a prática – “O pessoal assiste na TV o Wanderlei Silva, o Minotauro o Anderson Silva que são ídolos mundiais e isso influencia a galera, que acaba procurando as academias para treinar”, afirma o professor.
Assim como os treinadores, os lutadores brasileiros também são sinônimos de sucesso no mundo da luta. Ricardo Arona, Murilo Bustamante, Daniel Acácio, Assuério Silva são figuram entre os grandes nomes da modalidade. Porém, os maiores destaques são os curitibanos Anderson Silva, Mauricio Shogun, Wanderlei Silva (foto) e o baiano Antônio Rodrigo Nogueira o “Minotauro”. Juntos eles somam mais de 5 títulos de UFC e 4 do extinto Pride.
O MMA é hoje um esporte de alta performance, além de ser um verdadeiro show de entretenimento. Os limites existem, mas apenas dentro dos ringues. Fora de combate, não há limite para o número de fãs deste esporte, que triplicam a cada ano que passa

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